sexta-feira, 27 de outubro de 2017

Coragem!

Assisti esta semana um filme do Murilo Salles na Mostra de Cinema de São Paulo. Apresentando seu filme (O Fim e os Meios), Murilo se referiu à corrupção não como algo de alguns eleitos. "A corrupção está entre nós". Murilo foi aplaudido, compartilhamos da sua ideia.
Eu acredito que as melhores atitudes não são as bélicas, não acontecem quando nos deixamos dominar por emoções fortes, ideias absolutas. Eu acredito na ponderação quando vamos nos referir ao outro, ou a algo que não conhecemos por completo. É sempre difícil chegar até a verdade. Por isso, acho mais saudável o caminho do meio. Acredito que melhor do que apontar o dedo para "os corruptos" é se reconhecer como parte de um mundo onde a corrupção atua. E analisar suas ações, diariamente.
Faz tempo, observo as opiniões de timeline, e chego à conclusão de que o que falta de maneira geral é AMOR. A paz mundial começa dentro de casa e o cuidado com o planeta começa no jardim. E eu tô contigo, não é fácil. Mas se existimos é porque não faltou coragem. Então, dá a mão aqui.

(Escrito em 27 de outubro de 2014. Faz três anos mas ainda dá tempo.)

quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Eu quando amo, quero morar.

O teatro tem o cheiro de todo tipo de lembrança. Não tem cheiro melhor do que cheiro de teatro. Se eu pudesse, moraria em um. Dormiria e acordaria no palco todos os dias. Desceria as escadas até a plateia quando quisesse refletir ou imaginar. Colocaria flores nos camarins pela manhã, dançaria todas as tardes, leria poemas em voz alta todas as noites. Usaria cadeiras para decorar tudo. E escreveria sentada na coxia, como quem descobre a genialidade dos autores, as mudanças de ritmo, as deixas de entradas e saídas. Usaria roupas de outras épocas. Quando a intensidade da vida sufocasse, faria performances nua e aos prantos. Tomaria chá com bolachas à meia luz. Tomaria café no foyer vendo o movimento da cidade. Teria uma geladeirinha com espumantes para brindar as novas temporadas. Entre um feito e outro, me colocaria num foco de luz, para restaurar a autoestima. Deixaria meu telefone em modo avião. Amaria o silêncio das horas certas.

E a vida teria o brilho das noites de estreia, quando você me visitasse. E quisesse me conhecer tanto quanto eu a você. E porque não sei tocar piano, em todos os momentos mais lindos, você tocaria o piano do teatro com maestria, enquanto canto.