terça-feira, 9 de maio de 2017

O mundo é o meu lugar

Mudar de cidade é ficar dividida pra sempre. É preferir a dentista em uma, a depiladora na outra. É preferir o sapateiro em uma e o cabeleireiro na outra. É sentir falta dos restaurantes e dos cinemas daquela cidade quando se está nesta. É ficar cansada com o trânsito de uma e com a tranquilidade da outra. É sempre sentir falta dos amigos, querer dividir com eles o que acontece na cidade onde eles não estão. Fulana iria amar essa lojinha. Fulano iria amar esse bar. Queria trazer fulano pra comer esses doces nessa mesinha. Queria levar fulana pra conhecer tal e tal lugar. A família não pode estar sempre onde a gente está? Pena não poder ir naquela estreia. Pena perder aquele lançamento. Pena não ter uma casa com vários quartos pra abrigar todo mundo durante o festival. Queria piscar agora e estar lá. E de novo aqui. E que pena não poder ter todos eles e tudo ao alcance das mãos nos momentos importantes. Nos momentos desimportantes também. Só me alivia pensar que dessa forma o coração fica maior e mais povoado. E se for pensar assim, já começo a querer morar no mundo inteiro e ter listas infinitas de itens para amar. Uma vontade enorme de ter sempre pra onde ir. E outra de ter sempre alguém por quem voltar.

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