domingo, 19 de julho de 2015

Matei meu agressor

O expulsei da minha vida. Seus tentáculos não se agarram mais a mim. Não sugam mais o meu sangue em forma etérea (os perfumes voltaram a possuir as flores graças ao éter que deixou de ser roubado -- voltamos a ter brilho). Seus tentáculos não deixam mais hematomas na minha alma. Não povoam de mangues a minha aura. Não trilho mais o caminho que leva ao seu castelo escuro. Não me perco mais nas ilhas de Estocolmo. Não aceito as migalhas da sua fortuna, os miasmas da sua desventura. Não me diminuo mais para caber no seu coração atrofiado. Não peço desculpas por não ser a sua continuação mais perfeita. Desertei o seu mundo das ideias, fugi da caverna que sempre foi seu mundo real, boicotei o seu banquete. Estou livre dos seus lampejos de ira, dos vulcões dos seus traumas, choques, tremores. Enquanto você definha sentindo falta do meu sangue, eu me fortaleço em reconexão com o Cosmo -- aquilo que foi, que é e que será. Danço nua ao redor de uma fogueira com minhas melhores amigas.